Partida
O aeroporto de Brasília está caótico devido às obras que já deveriam estar prontas para a Copa do Mundo mas, devido à nossa imensa incapacidade de planejamento, serão inauguradas na base do foi isso que deu tempo para fazer, o resto a gente vê como fica mais tarde. No atual estágio, a Inframerica tira a rede de computadores do ar toda a noite e os passageiros que se danem. Foi o que ocorreu conosco. Saímos de casa às 2:30 da manhã e fomos logo informados no balcão da companhia aérea que a previsão de retorno do sistema de check-in era às 4. Como numa obra os prazos estão sempre sendo postergados, 4 virou 4:10, 4:10 virou 4:30 e quando viram que o voo que deveria sair às 5 estava sob risco, o check-in foi feito manualmente.
Com todo esse transtorno, considero o fato de somente uma das malas de nosso grupo ter sido extraviada um verdadeiro milagre. Ela foi devolvida somente na segunda-feira na recepção do hotel. Deveriam ter avisado da entrega aos seus donos que tiveram que passar 6 dias com roupas emprestadas e só foram descobrir que ela estava no hotel quando estavam embarcando de volta ao Brasil.
É curioso como nunca se consegue fazer nada com calma num aeroporto. Se você está na fila normal do check-in, ela não anda até que fique tão em cima da hora que o funcionário da companhia aérea tem que sair perguntando:
- Alguém para Guarulhos saindo às 10:00?
Ainda que você tenha chegado com horas de antecedência, se dá conta que agora faltam apenas 30 minutos para seu voo partir. Te jogam na fila da correria, você tem que sair disparado para o portão marcado no cartão de embarque somente para descobrir que o avião foi realocado e você tem que correr para o outro lado do terminal para fazer o embarque remoto num daqueles malditos ônibus que mantêm o rádio que toca uma sequência de bips toda a vez que alguém fala uma frase ligado no volume máximo. Te largam no meio da pista sob qualquer condição climática e aí você se dá conta que o voo está atrasado, toda aquela correria foi inútil e que você ainda vai ter que ficar mais meia hora entalado na poltrona além daquele tempo que você estava resignado a ficar. Como você deve estar percebendo, viajar de avião não é uma experiência das mais agradáveis.
Para não fugir do roteiro, em Guarulhos te jogam no saguão do aeroporto ao invés de te encaminharem internamente para o embarque internacional como em qualquer lugar civilizado do mundo. Por causa disto, tem mais fila para entrar na sala de embarque, mais fila para passar pelo detector de metais além da inevitável fila da imigração. Quando finalmente conseguimos entrar no avião, este já estava com mais de hora de atraso.
Chegada em Santiago
A imigração e a alfândega em Santiago foram tranquilas. O transfer que havia sido contratado pelo +Gervasio estava nos esperando e por R$ 30,00 nos deixou no hotel que tínhamos reservado. O Plaza Paris Amistar está localizado na Rua Serrano, a uma quadra da estação de metrô Universidad de Chile, pertinho de La Moneda. Não é um hotel, mas um flat com apartamentos de um ou dois quarto. O nosso tinha um quarto, uma suíte, uma sala que poderia ter sido utilizado como acomodação para mais duas pessoas, além de cozinha com fogão elétrico, geladeira e microondas e banheiro. Não tem salão para café da manhã mas dá para se virar muito bem com os mercadinhos na região - há um do outro lado da rua - e se mostrou uma opção bem confortável, econômica e funcional. Se voltarmos para Santiago por conta própria, é uma opção bastante atraente.
Fachada do Edifício Plaza Paris Amistar |
Depois do check-in no hotel a fome passou a apertar e entramos no primeiro lugar que encontramos. O Bar Red, uma fuente de soda, que serve "platos rápidos". Pareceu-me um retrato da comida popular chilena: um tipo de carne acompanhado por um "agregado" à sua escolha: purê, arroz ou fritas. Comi o frango com uma tonelada de purê de batatas que me entupiu pelo resto do dia.
Nos separamos do grupo e fomos tratar da vida. Primeira parada, adaptadores de tomada para manter nossos gadgets bem alimentados. Não adianta viajar se não pudermos postar fotos no Instagram para fazer inveja àqueles que ficaram. Nos indicaram a Casa Royal na Bernardo O'Higgins, uma loja lotada que vende uma variedade enorme de equipamentos eletro-eletrônicos, celulares, periféricos de informática e instrumentos musicais. Saímos de lá com dois adaptadores de tomada, um chip de telefone pré-pago e um cartão de memória para a câmera que custou $19.990, cerca de R$ 80,00. O iPhone estava descarregado e tivemos que esperar uns 10 minutos antes que a carga inicial fosse dada e o vendedor pudesse nos ajudar com a ativação do chip. Quando ele finalmente ligou, ele digitou o RUT - o equivalente chileno ao nosso CPF - de um cliente qualquer e pudemos usufruir de nossos $2.000 de crédito iniciais.
Seguimos para a Estação Mapocho, onde estavam sendo distribuídos os kits da maratona, pretexto oficial da viagem. No caminho, paramos em La Moneda, sede do governo chileno, para tirar algumas fotos.
Passamos rapidamente no Centro Cultural Estação Mapocho, uma estação férrea do início do século XX desativada. Como em toda grande maratona, há uma feira no local de retirada dos kits em que estão expostos materiais esportivos e stands de outras provas de longa distância. Não havia fila. A garota que nos atendeu tinha cara de entediada. Ela riu de nosso portunhol e nos mandou ao stand de informações para descobrirmos nossos números. Sem eles, nada feito. Pegamos os nossos kits mas estávamos cansados e sem saco para ver a feira. Resolvemos voltar logo para hotel para descansar um pouco para o dia seguinte. No caminho, paramos no supermercado para abastecer a geladeira.
Estávamos dormindo quando a profecia do motorista da Van se realizou. O norte do Chile estava vivendo reflexos do terremoto e do tsunami que se seguiu. No caminho do aeroporto, nos disse que um terremoto em Santiago estava sendo aguardado a qualquer momento. Acordei no meio da noite com um barulho que me pareceu o de uma cama rangendo. Pensei que alguém estava mandando ver. Aí a Wandréa me cutucou assustada me perguntando o que estava se passando e eu percebi que estávamos experimentando um terremoto. Estava tão cansando que não tinha ânimo nem para me preocupar. Virei para o lado e voltei a dormir.
Estação Mapocho |
Passamos rapidamente no Centro Cultural Estação Mapocho, uma estação férrea do início do século XX desativada. Como em toda grande maratona, há uma feira no local de retirada dos kits em que estão expostos materiais esportivos e stands de outras provas de longa distância. Não havia fila. A garota que nos atendeu tinha cara de entediada. Ela riu de nosso portunhol e nos mandou ao stand de informações para descobrirmos nossos números. Sem eles, nada feito. Pegamos os nossos kits mas estávamos cansados e sem saco para ver a feira. Resolvemos voltar logo para hotel para descansar um pouco para o dia seguinte. No caminho, paramos no supermercado para abastecer a geladeira.
Estávamos dormindo quando a profecia do motorista da Van se realizou. O norte do Chile estava vivendo reflexos do terremoto e do tsunami que se seguiu. No caminho do aeroporto, nos disse que um terremoto em Santiago estava sendo aguardado a qualquer momento. Acordei no meio da noite com um barulho que me pareceu o de uma cama rangendo. Pensei que alguém estava mandando ver. Aí a Wandréa me cutucou assustada me perguntando o que estava se passando e eu percebi que estávamos experimentando um terremoto. Estava tão cansando que não tinha ânimo nem para me preocupar. Virei para o lado e voltei a dormir.
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