Abrindo os votos - Deputados

A maior dificuldade em se votar numa eleição proporcional não é escolher um candidato que se quer eleito. Por pior que sejam na média, sempre há um ou dois que se salvem, seja pois suas ideias parecem razoáveis, seja porque não há notícias de envolvimento em escândalos. O que realmente é difícil é filtrar aqueles que não se quer ver eleitos em hipótese nenhuma e que seu voto, inadvertidamente, pode acabar ajudando a elegê-los.

Para facilitar um pouco, preferi analisar candidatos cujos partidos não estejam coligados ou cujas coligações sejam compostas por poucas agremiações. Como sou contra as coligações em eleições proporcionais trata-se de um critério coerente.

Deputado Distrital


Pela enorme quantidade de postulantes a uma vaga, ser deputado distrital em Brasília deve ser um bom negócio. São 976 candidatos a 24 vagas. Já que Brasília é, além da capital da república, a capital dos concursos públicos, vamos colocar isso numa linguagem adequada: são 40 candidatos por vaga.

Excluindo as coligações que tem candidatos com sobrenome Roriz, pastor, delegado ou sargento no nome sobra muito pouco. Acabei optando pelo Chico Sant'anna, do PSOL que não está coligado a nenhum outro partido. Apesar de ter uma pastora na chapa, vou votar com fé que ela não será uma das eleitas. Chico Sant'ana (50123) é um dos meus poucos votos por convicção nessas eleições já que suas ideias a respeito de mobilidade urbana vão de encontro às minhas.

Deputado Federal

Aqui no DF, por exemplo, o PT está coligado com uma penca de partidos que pouco o nada tem a ver com sua ideologia. Então votando na Érica Kokay que até seria uma alternativa razoável para se contrapor à bancada evangélica, por exemplo, posso estar ajudando a eleger um candidato do PSC, partido de sustentação da bancada evangélica. Não rola. Então, candidatos do PT, PSC, PROS, PRB, PP e PC do B estão fora.

Candidatos do PMDB estão fora. O comportamento do PMDB que se vende governo após governo em nome de uma pretensa governabilidade não deve ser incentivado. Isso elimina os candidatos de partidos coligados a ele: PEN, PHS, PPL, PRP, PSL, PT do B, PTC, PTN e PV.

Há uma coligação que mais parece uma quadrilha: Fraga do DEM. Jaqueline e Michel Roriz - acho que esse último não é parente direto mas querer explorar o sobrenome famoso parece dizer algo a respeito do oportunismo do rapaz. Pastora Consolação. Sargentos Angélica, Veloso e Manoel Souza Gazú. Não dá. DEM, PMN, PR, PRTB, PTB - Fora!!

Ficam, então, os seguintes partidos: PCB, PSTU e PSOL, apartados, a coligação entre PPS, PSDB e PSDC e a coligação entre PDT, PSB, SDD e PSD. Mas o PSDB é o partido do Dr. Matheus Sathler, do kit macho e do kit fêmea. Votar em qualquer candidato desta coligação pode ajudá-lo a tornar a vida de milhões de brasileiros mais infeliz. Sinto muito, mas não posso levar esse peso na consciência durante 4 anos.

A coligação do PDT, PSB, SDD e PSD poderia até ser uma boa. Recebi boas recomendações do André Lima. Só que na sua coligação tem o Professor Granjeiro, dono do maior cursinho voltado para concursos do DF. É um conflito de interesse muito grande. Também tem o Apóstolo Alcimar e uma das minhas principais metas nestas eleições é não contribuir para o fortalecimento da bancada evangélica. Religião é para ser praticada na igreja. Na política ela deve ser combatida e o simples fato de alguém se declarar representante de uma denominação religiosa deveria ser motivo suficiente para a impugnação de sua candidatura. Está na Constituição que o estado é laico.

Sobra as candidaturas avulsas do PCB, PSTU e PSOL das quais não conheço absolutamente nenhum candidato. Esse vai ser o meu único voto sem qualquer convicção mas, no momento, tendo a votar na legenda do PSOL.

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