De bike ao treino de bike.
De bike à fisioterapia.
De bike ao trabalho.
Não foi exatamente um dia atípico. Quem me conhece, pessoalmente ou no Facebook, já deve ter se dado conta que a bike é mais do que parte do meu dia a dia. Não é exagero dizer que ela faz parte da minha personalidade. Então, apesar de praticamente todos os meus dias úteis serem dias de bike ao trabalho, hoje me policiei para que não deixasse, em hipótese alguma, de ser um dia de bike ao trabalho.
O trabalho é tão logo ali que às vezes me questionam se não dá mais trabalho ir de bike ao trabalho do a pé. Provavelmente sim. Nunca pensei numa medida que pudesse aferir esta hipótese pois, na realidade, ela pouco importa. Vou de bike ao trabalho somente pela vontade de ir de bike ao trabalho.
Já é clichê dizer que de bike, sentimos a cidade de uma forma diferente. É verdade. De bike (ou a pé), é quando realmente estamos em contato com a cidade. Trancados no carro, a cidade é menos do que uma simples paisagem. É o pano de fundo de um cenário. Está ali apenas para esconder o que há por trás dele. Mal nos damos conta de sua presença e tampouco notaríamos sua ausência.
Outro dia, estávamos pedalando pelo Eixão do Lazer e paramos para tirar fotos no Buraco do Tatu. Trata-se de um túnel que liga as Asas Norte e Sul, por baixo da Rodoviária de Brasília. Quem notaria esta paisagem urbana preocupado em não ser flagrado pelos pardais acima dos 60 km/h que, de dentro do carro, parecem devagar demais? Não sei.
A bike revela o Buraco do Tatu. Os ipês que florescem nas quadras. As ratazanas que saem à noite quando volto do trabalho e que, de tão grandes, às vezes me questiono se não se tratam de capivaras. A bike revela as virtudes, as mazelas mas, sobretudo, nos permite captar a essência da cidade.
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