Há um filme bastante interessante sobre a conferência, Conspiração, de 2001. Na sequência final Reinhard Heydrich conta uma história a Adolf Eichmann e Rudolf Lange que, supostamente, teria lhe sido contada por Friedrich Kritzinger. Em verdade, não há registros que Heydrich tenha realmente contado essa história. Pode simplesmente se tratar de uma liberdade que o roteirista tomou para conferir um traço de moralidade a um episódio completamente despido de moral. Ainda assim, a fábula me marcou tão profundamente que volta e meia a conto quando o contexto assim o permite.
"Havia um garoto. Ele odiava seu pai. Amava sua mãe fortemente. Sua mãe lhe era devotada mas seu pai costumava espancá-lo, humilhá-lo, diminuí-lo. De qualquer forma, esse garoto se tornou adulto e ainda estava na casa dos trinta quando sua mãe morreu. A mãe, que o havia criado e protegido, estava morta. Ele ficou de pé junto ao seu túmulo, enquanto o caixão era baixado, e apesar de todo o esforço que fez para chorar, não lhe veio nenhuma lágrima. O pai viveu até uma idade bem avançada, definhou e morreu quando o filho estava já nos seus cinquenta anos. No funeral do pai, para sua própria surpresa, não conseguiu controlar suas lágrimas. Chorou, soluçou... parecia estar inconsolável. Perdido".
"O homem havia conduzido sua vida inteira pelo ódio ao pai. Quando a mãe morreu, foi uma perda, mas quando o pai morreu, o ódio perdeu seu objeto e a vida do homem estava vazia... acabada".
Moral da história
"Não devemos preencher nossa vida de tal forma que, quando o objeto de nosso ódio tiver se esgotado, não nos reste nada pelo que viver."
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