Eu bem que tentei mas nunca consegui. Até que a mão esquerda não se saía tão mal assim. A direita, no entanto, teimava em tentar encaixar toda a música numa batida padrão. Se coubesse, tudo bem. Se não, ia do mesmo jeito que ritmo nunca foi o meu forte.
Talvez eu devesse ter insistido mais mas, quando se é criança, 10.000 horas é uma eternidade. Depois de 2 conservatórios diferentes, professor particular, aulas de violão clássico e violão popular e um violão que "trastejava" irritantemente, a necessidade de dedicação pro vestibular pareceu uma desculpa de bom tamanho para desistir de vez de qualquer pretensão musical. O violão foi encostado definitivamente e doado para os netos da Oneli.
Devia tê-lo guardado pois, pouco tempo depois da doação, Henrique pediu para fazer aulas de violão. Tomara que ele demonstre um pouco mais de talento - ou de perseverança que eu demonstrei.
Comprando o primeiro violão |
Ensaiando a 9ª Sinfonia de Beethoven na sala do bloco J |
A primeira música que Henrique aprendeu tocar no violão foi a nona sinfonia de Beethoven. Uma versão que, embora hiper-mega-master-plus simplificada, era perfeitamente reconhecível aos meus ouvidos coisa que não acontecia quando eu tentava me convencer que aprender a tocar violão seria possível.
Ensaio conjunto no Bloco do Queijo. |
Pedro também tem facilidade. As aulas de música no colégio lhe foram suficientes para ler as notas da nona e tocá-la na flauta. Henrique arranhava o violão enquanto Pedro observava em silêncio. Depois os papéis se invertiam. Quem sabe um dia ambos se animem a tocar os instrumentos ao mesmo tempo?
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