Se não houvesse um impacto tão grande na vida de tantos que não compactuaram com o golpe de 2016, eu até poderia dizer que estava achando bastante divertido ver tanta gente se fingindo de indignada, tentando tirar o corpo fora, como se não tivesse nada a ver com o vergonhoso momento em que pela primeira vez na história um presidente em exercício é formalmente denunciado por crimes comuns.
Ao menos, a mim, me resta o consolo de poder dizer "eu disse, não disse"? Desde o início tentei alertar da incoerência de se colocar o Temer no lugar da Dilma com o pretexto de acabar com a corrupção. Não dá para, depois de ter defendido o impeachment, se comportar como um comentarista da Globonews e fingir estar perplexo com a situação. Vai me dizer que não sabia que não sabia que uma vez afastada a Dilma quem assumiria seria seu vice? Vai me dizer que não sabia que Temer era seu vice? Vai me dizer que não sabia quem era Temer?
O mais irônico é que tiraram a Dilma, tiraram o PT mas, a cada pesquisa de opinião, quem cresce é o PT. A continuar assim, o resultado do Golpe de 2016 será a eleição de Lula em 2018. Dificilmente seria esse o resultado caso Dilma tivesse seguido presidente até o final de seu mandato, mandato esse que já se mostrava vergonhoso antes mesmo de começar.
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